
Eduardo vai copiar o modelo de Passe Livre instituído pela
Prefeitura de João Pessoa após manifestações dos estudantes.
Depois de ter sido acuado pela Câmara dos Vereadores, o prefeito
Carlos Eduardo Alves (PDT) virou protagonista do projeto do Passe Livre.
Ontem, 15 vereadores enterraram a proposta de Amanda Gurgel (PSTU)
que previa Passe Livre para todos os estudantes, sem restrições, na
expectativa de votar o projeto que Carlos Eduardo pretende encaminhar ao
parlamento: passe livre apenas para os estudantes da rede municipal.
Carlos Eduardo foi buscar o modelo na administração de João Pessoa, capital da Paraíba, que tem quase o mesmo porte de Natal.
Lá em João Pessoa, o subsídio custa ao prefeito Marcelo Cartaxo (PT) R$ 400 mil mensais.
Uma equipe de secretários do prefeito esteve com Cartaxo ontem e passou os dados para o prefeito de Natal.
Carlos Eduardo fez as contas e concluiu que a Prefeitura de Natal
pode arcar com os custos do benefício nos moldes do que funciona na
capital paraibana. Segunda-feira (21), ele vai encaminhar a nova
proposta aos vereadores de Natal. Mais confusão à vista.
Derrotada, a vereadora Amanda Gurgel bradava ontem que o prefeito
manobrou para tomar a ideia das mãos dos verdadeiros autores do projeto -
ela própria e os movimentos do Passe Livre e da #revoltadobusao - e para restringir o alcance da medida.
E ela tinha motivos para gritar em tom de desespero. A diferença
financeira entre as propostas é enorme. Enquanto a do prefeito deve
custar aos cofres municipais R$ 4,8 milhões anuais, a do projeto vetado
custaria mais de R$ 33 milhões por ano.
O prefeito Carlos Eduardo Alves, que alimenta a ideia de candidatura
ao governo estadual, não poderia simplesmente vetar a proposta do Passe
Livre aprovado pelos vereadores, estranhamente, por unanimidade dos
votos dos presentes em duas sessões de votação.
Ele tinha que propor alternativas. E foi o que Carlos Eduardo fez. Ao
adotar um modelo que funciona numa prefeitura do PT, o prefeito
natalense fez uma grande jogada política para minimizar o desgaste de
barrar o Passe Livre total.
O jogo está empatado. Resta saber agora como se dará a votação do projeto governamental. A bola está nos pés do prefeito.
O "circo", denominado pela vereadora Amanda Gurgel, vai pegar fogo. Os palhaços que se cuidem.
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