quarta-feira, 16 de outubro de 2013

GREVE PARALISA 80% DOS SERVIDORES

Servidores municipais da Saúde começaram a paralisação ontem e fizeram protestos em frente ao Palácio Felipe Camarão, sede da Prefeitura do Natal

A greve por tempo indeterminado dos servidores municipais de saúde foi deflagrada, na manhã de ontem, e vai paralisar, pelo menos, três atendimentos prioritários à população de Natal - o Programa Estratégia de Saúde da Família (PSF), postos de atenção básica e o trabalho preventivo dos agentes de endemia. É o que informa a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN), Simone Dutra. Esse universo, segundo ela, representa 80% do atendimento de saúde prestado à população natalense.

Simone Dutra diz que como a greve só está começando, “nem todos os serviços estavam paralisados 100% ontem”. Mas, ela acrescentou, ainda, que nos serviços  considerados essenciais e que funcionam 24 horas, como os de urgência e emergência, estão garantidos o  mínimo de 30% dos servidores previstos pela lei de greve, casos das maternidades das Quintas, Felipe Camarão, o pronto-socorro de Mãe Luiza, dos Pescadores, nas Rocas; e a  Unidade de Pronto-atendimento, como a UPA de Pajuçara.

Em caso excepcional, segundo ela, “está garantido 50% dos serviços, como no Samu e no pronto-socorro Sandra Celeste”. Nesta quarta-feira (16), a categoria promove um novo ato, em frente ao pronto-socorro infantil Sandra Celeste às 9h, protestando contra o seu suposto fechamento e transferência do serviço da rua Jaguarari para as UPAs de Pajuçara e Cidade da Esperança. Esta última deve ser aberta até o final do mês pelo município.

“Ao invés de abrir mais serviços para a população, a prefeitura quer diluir os serviços já existentes e fechar o único pronto atendimento infantil da cidade. E como ficam nossas crianças?”, questiona Simone. Em entrevista publicada na edição de ontem da TRIBUNA DO NORTE, o secretário municipal de Saúde, Cipriano Maia negou a informação de que o Sandra Celeste seria fechado ou mesmo que o serviço venha a ser transferido para a nova UPA. “Precisamos dar maior resolutividade à rede municipal. Com a UPA teremos maior efetividade, além de ter uma segunda porta de entrada para pronto-atendimento infantil”, reforçou o secretário. 

Os servidores da saúde pedem um reajuste salarial de 27,08%, correspondente a defasagem salarial de dois anos. Na reunião da sexta-feira da semana passada (4), com a área econômica e de planamento da prefeitura, ofereceu-se um um reajuste de 8%, com pagamento a partir de janeiro de 2014. O índice equivaleria aos anos de 2011 e 2012 e o valor de 2013 seria discutido a partir de janeiro de 2014, na campanha salarial desse mesmo ano.

O Sindsaúde-RN destacou que o índice de 8% não repõe nem mesmo a inflação do período, que é de 14,97%, segundo cálculo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O próprio governo calcula a inflação deste período em 12,24%.

Segundo o Sindsaúde-RN, a prefeitura não ofereceu contraproposta em grande parte dos 14 pontos da pauta de reivindicação da categoria, entre os quais o cumprimento da data base e a realização de concurso público.

Os servidores da saúde ratificaram o indicativo de greve ontem de manhã, na sede do Sindsaúde, de onde saíam em caminhada até ao Palácio Felipe Camarão, na rua Ulysses Caldas, onde fizeram ato público unificado com os servidores da base do Sindicato dos Agentes de Endemias (Sindas) e dos Servidores Públicos de Natal  (Sinsenat).

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