
As alianças políticas para a eleição 2014 no Rio Grande do Norte podem
ser alteradas com o novo cenário nacional. De acordo com o cientista político,
Antonio Spineli, o PSB pode ter dificuldade na aliança com o PT no Rio Grande
do Norte.
“A ida de Marina para o PSB pode tornar inviável a aliança com o PT no
Rio Grande do Norte, já que nacionalmente os partidos serão adversários”,
comentou o cientista político durante entrevista ao RN Acontece na tarde desta
quarta-feira (9) com o jornalista Diógenes Dantas na Band.
Para Spineli, a tendência é que o PT siga para uma aliança mais “enxuta”
com menos partidos. “Acho que Mineiro pode ser um nome do PT para o Governo. Ele
é um político bem avaliado, que saiu com um bom capital político, tem uma boa
avaliação, é um parlamentar preparado e tem um perfil de um candidato ao
Governo”, comentou o professor da UFRN.
Questionado até que ponto a candidatura de Mineiro pode atrapalhar a
candidatura de Fátima Bezerra (PT) ao Senado, Spineli disse que sim. “Na medida
em que Fátima precisaria de um arco de aliança, os dois candidatos um ao Senado
e um candidato ao Governo, as alianças ficarão mais restritas”, justificou.
Mesmo com a especulação, o cientista político disse que ainda é cedo
para confirmar esse cenário já que é preciso que ocorra a definição dos
candidatos, se o PMDB terá candidatos próprios e até se a atual governadora
Rosalba Ciarlini (DEM) irá disputar a reeleição. “Rosalba é absolutamente inviável e José
Agripino é o que chamam de ‘general sem tropa’ porque depende do PMDB”, frisou.
Sobre o PMDB, Spineli contou que o partido pode até lançar um nome, mas
tem dificuldades em saber quem será. “Os nomes que poderiam sair do partido,
inclusive Henrique Alves, mas por outro lado, as ações de Henrique na Câmara
podem desgasta-lo”, comentou.
O cenário nacional também foi avaliado pelo cientista político que afirmou
que a aliança de Marina Silva (atual PSB) e Eduardo Campos (PSB) pode alterar o
quadro eleitoral nacionalmente e nos estados. “A questão de quem será o
candidato - Marina ou Eduardo Campos - é uma questão interna do PSB e por enquanto
não há nada sacramento, mas a possibilidade da escolha do candidato será feita
com base em pesquisas”, descreveu.
Spineli lembrou que Marina Silva já declarou que o PSB deve reconhecer
a importância do partido Sustentabilidade, o que promove a insegurança
partidária. “Se o PSB lança uma candidata que declara que irá continuar lutando
por outro partido, o PSB pode eleger um presidente e logo em seguida, perde-lo”,
justificou.
O cientista político avaliou o quadro. “É um abacaxi que o partido tem
na mão. Ela [Marina Silva] está no jogo e disputando internamente com Eduardo”,
contou.
Para o professor da UFRN, as declarações de Marina feitas “com muita
irritação e com certo ódio” apontam para uma oposição acirrada. “A entrada de
Marina inviabiliza um projeto de volta, de retirada de candidatura de Eduardo
Campos”, afirmou.
No final da entrevista, Spineli falou sobre as recentes manifestações das ruas esta semana. “Eu não
acredito em outro levante daqueles do que aconteceu em junho, espontaneamente. Os
episódios de violência desgastam o movimento”, contou.
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