Depois de emitir parecer alertando para a possibilidade de alguns estádios, entre os quais a Arena das Dunas, virem a se tornar um "elefante branco" após a disputa da Copa de 2014, o ministro do Tribunal de Conta da União (TCU) e relator dos projetos relativos ao Mundial, Valmir Campelo, iniciou uma visita de dois dias a capital potiguar e se mostrou satisfeito com que pôde ver. Campelo informou que o relatório divulgado pelo Tribunal em janeiro, teve o efeito apenas de alertar as autoridades dos centros citados sobre a possibilidade do mau aproveitamento dos novos equipamentos e a intenção era que se tomassem medidas para evitar de aplicar milhões em recursos públicos na construção de uma arena apenas para se jogar futebol. "Não foi nenhuma critica a esses estados, apenas sinalizamos uma preocupação", esclareceu o ministro.
"O TCU está aqui para orientar, atuando com rigor e transparência. Atributos estes que estão sendo apresentados pelo governo do RN e que devem servir de exemplo para outros estados", declarou o ministro durante a visita realizada ao canteiro de obras da Arena das Dunas, na manhã de ontem. Na comitiva estavam representantes dos Tribunais de Contas do RN, PE, CE, BA e MG , onde os projetos dos estádios foram firmados através da realização de uma Parceria Público-Privado (PPP).
"Neste caso da preocupação com o futuro dos estádio, nós também citamos o de Brasília, onde serão investidos R$ 1 bilhão e será o segundo estádio mais moderno do país. Uma estrutura dessa não pode ser usada apenas pelos clubes de futebol, devem ser captados mais eventos para que o investidor tenha o seu retorno e o governo também", destacou Valmir Campelo, ressaltando que por ser uma cidade com potencial turístico, de belas praias e que é muito bem visitada durante o ano, Natal tem amplas condições de captar eventos dos mais variados na busca de viabilizar o grande investimento que o governo está realizando na Arena das Dunas.
O secretário da Secopa/RN, Demétrio Torres, disse que nunca demonstrou preocupação em relação ao tema até pelo fato de os próprios projetos dos estádios - enviados para apreciação dos ministros do TCU -, constarem um plano de viabilidade e de exploração das futuras arenas. "Ninguém entraria num negócio desse com alguma suspeita de acumular prejuízo. Nenhum estádio brasileiro irá se transformar em 'elefante branco'. Quem verificar os projetos verá que a viabilidade de lucros é boa", frisou .
Questionado sobre o fato de o projeto natalense se mostrar num estádio menos avançado que o do Itaquerão, em São Paulo, que iniciou na mesma época e já está na fase da implementação das arquibancadas, o representante do Consórcio Arena das Dunas, Charles Maia, explicou que a diferença é que no estádio corintiano a construtora não foi obrigada a demolir nenhuma estrutura, antes de preparar o terreno, ganhando tempo em relação a Natal.
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