domingo, 29 de janeiro de 2012

DUPLA MATA PACIENTE NA UPA DE MOSSORÓ

Tinha dito a mim mesmo que não escreveria este final de semana sobre violência para este espaço. Mas infelizmente não terei como cumprir o meu desejo. É por uma causa nobre, justa, ou seja, cobrar por segurança agora não por quem está na rua e sim que está trabalhando nos hospitais.

É com tristeza que informo que por volta das 22h deste sábado, dois homens entraram no UPA do Alto São Manoel, em Mossoró, e executaram um paciente Getúlio Santos Fernandes, de 19 anos, que estava na sala de espera. Incrivelmente fugiram de bicicleta. Isto mesmo! Bicicleta. Mossoró virou terra de ninguém.

E este não foi a primeira execução ou tentativa onde os acusados atiram, matam ou deixam em estado muito grave e foge numa bicicleta. É como se estivessem mandando um recado ao Governo do Estado: “estes carros que vocês estão mandando para Mossoró não é de nada”.

Também neste sábado, dois homens numa bicicleta dispararam 4 tiros no agricultor Romário Pereira de Lima, de 18 anos, na Rua Delfim Moreira, entre os bairros Bom Jardim e Santo Antônio. Os médicos acreditam que se escapar, não anda. Está no HRTM.

E só vai continuar vivo lá se o Governo do Estado providenciar segurança para o HRTM. Porque assim como os assassinos foram lá no UPA do Alto São Manoel e executaram um homem na sala de espera, podem fazer o mesmo em qualquer enfermaria do HRTM e ninguém ver.

Matar em Mossoró virou coisa comum, do dia a dia, não choca mais o cidadão. E o Estado, quando matam, diz logo, "é cabra ruim que foi morto". Esquece que quem morre tem família e amigos. Como o Estado irresponsavelmente não investiga, o crime fica impune. E quando a família se arma para se defender e termina matando quem matou. Logo, o problema não é quem morre, são as famílias de quem está vivo. E estes não são bandidos, mas se transformam diante de um quadro de injustiça.

A solução para reduzir a violência em Mossoró não é só botar PM para arriscar a vida nas ruas. É contratar Policiais Civis, peritos e legistas para o ITEP, além de botar os presos para trabalhar e principalmente investir em educação em tempo integral para os garotos mais novos.

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