quinta-feira, 18 de outubro de 2012

JUSTIÇA PRORROGA INTERVENÇÃO NA UPA E AME's, MAIS RISCOS DE SUSPENSÃO DE ATENDIMENTOS CONTINUA

A presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, desembargadora Judite Nunes, determinou a continuidade da intervenção judicial na UPA de Pajuçara e nos ambulatórios médicos especializados (AMEs) do Município. Uma decisão da Justiça obrigava a Prefeitura de Natal a retomar o serviço de saúde e finalizar o contrato com a Associação Marca, contudo a Procuradoria Geral do Município pediu a suspensão desta sentença, no que foi atendido Tribunal de Justiça. Caso a sentença não fosse suspensa, as unidades corriam o risco de fechar amanhã. Porém, o risco de suspensão de atendimento continua.

Segundo a decisão, a UPA e os AMEs devem continuar sob intervenção até o fim dos contratos com a Associação Marca. Os contratos terminam no dia 25 de outubro, no caso das AMEs, e 7 de dezembro, na UPA. O argumento da Procuradoria do Município é que a Prefeitura não tem como prestar o serviço com gestão e recursos humanos próprios. O pedido do procurador Francisco Wilkie era para a continuidade da intervenção por tempo indeterminado, até o julgamento da ação civil pública que o Ministério Público para disciplinar o contrato de terceirização com a Associação Marca.

Mesmo acatando parcialmente os pedidos do município, a Presidente do Tribunal de Justiça reconheceu e destacou a responsabilidade do gestor municipal em ter negligenciado a grave situação alertada pelo Ministério Público desde o ajuizamento da ACP em 2010. 

"Não estamos diante de problemas administrativos recentes, mas sim de uma gestão, no que diz respeito à questão agora enfrentada, continuadamente problemática. A administração teve tempo e condições para sanear a grave situação - de iminente paralisação de serviço público essencial - durante o longo período de duração da ação principal", afirmou a desembargadora.

A UPA de Pajuçara e os AMEs dependiam da Justiça para continuarem de portas abertas à população no fim de semana. A Prefeitura de Natal havia admitido que não tinha como assumir a gestão das unidades, hoje terceirizada com a Associação Marca, cujos contratos estão sob intervenção. Por isso, a Procuradoria do Município pediu ao Tribunal de Justiça a continuidade do vínculo com a Marca e da própria intervenção para que o serviço não fosse interrompido. De acordo com o interventor da Marca, Marcondes Diógenes, até ontem à tarde o Município de Natal não havia iniciado nenhum diálogo para reassumir as unidades.

O Ministério Público já encaminhou ofícios ao Ministro da Saúde e ao Secretário Nacional de Atenção à Saúde, solicitando que aquela pasta, como gestora nacional do SUS, adote, em caráter de urgência, as posturas interventivas que entender condizentes e adequadas para o enfrentamento do problema, e para a garantia da manutenção do atendimento à população, até mesmo promovendo, se for o caso, articulação com o Município de Natal, a fim de deflagrar os atos necessários ao envio da Força Nacional do SUS.

Ainda não há a confirmação sobre o que será feito após o fim dos contratos e da intervenção na Organização Social que administra as unidades de Saúde.

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